A Doença Inflamatória Intestinal é representada pela Doença de Crohn e pela Retocolite Ulcerativa, doenças auto-imunes que no passado acreditava-se serem mais comuns em pessoas jovens, mas que hoje se sabe que podem ser diagnosticadas pela primeira vez na 3ª idade.
Sua ocorrência parece estar baseada na genética, mas principalmente nas mudanças da flora intestinal destes pacientes. Cada vez mais, entendemos que as bactérias que vivem em nossos intestinos não só conseguem determinar o funcionamento do nosso organismo, mas também as doenças que teremos, principalmente quando estudamos as doenças de origem auto- imune.
A Retocolite Ulcerativa tende a iniciar-se no reto (parte inferior do intestino grosso), mas pode progredir para as partes mais superiores deste. Suas lesões são mais superficiais, mas de forma contínua. O paciente pode queixar-se de dor abdominal, diarréia com sangue, muco ou pus e urgência para evacuar.
Já a Doença de Crohn pode acometer qualquer parte do aparelho digestivo, desde a boca até o ânus. No entanto, seu local preferencial de acometimento é o íleo terminal, o qual representa a parte final do intestino delgado (intestino fino). É no íleo terminal onde absorvemos algumas vitaminas, como a B12, A, D, E e K, o que torna necessária a avaliação de deficiências vitamínicas nestes pacientes. As lesões da Doença de Crohn são também mais profundas e de forma descontínua. Isto é, podemos encontrar áreas doentes intercaladas por áreas saudáveis. Outras manifestações possíveis (além do padrão inflamatório) são o aparecimento de estenoses (estreitamentos na luz do intestino) ou fístulas (comunicações do intestino com órgãos vizinhos, como a bexiga, vagina, pele ou outra alça intestinal).
A Doença Inflamatória Intestinal pode também apresentar-se com manifestações fora do aparelho digestivo, como na pele (eritema nodoso e pioderma gangrenoso), olhos (uveíte, esclerites e irite), articulações (artrites), rins (litíase renal) e fígado (colangite esclerosante primária e litíase biliar).
Por serem doenças crônicas e que exigem tratamento com medicações imunossupressoras, é necessário que a investigação diagnóstica seja feita com cuidado e atenção e seu acompanhamento deve ser realizado por médico especialista na área.
